Falar de trabalho me faz pensar na origem da palavra, que vem do latim Tripalium, nome de um objeto de tortura, ou seja, nos remete ao sacrifício. Mas, o quê nos leva a não suportar o trabalho? Gosto de analisar nossos comportamentos de acordo com as características pessoais, atreladas ao ambiente em que nascemos e vivemos. Vamos refletir então sobre alguns momentos da infância.
Lembro-me de quando meus filhos eram pequenos e eu tinha o final de semana inteiro para brincar com eles. Toda segunda-feira, eu acordava para ir trabalhar e eles acordavam junto, só que para brincarem comigo. Como a maioria dos pais, eu dizia: “o papai não pode, tem que ir trabalhar”. Eles me olhavam com decepção e, aos poucos, construíam uma forte crença: o trabalho rouba o nosso pai.
Quando o mais velho já era adolescente, lembro que ele foi mau na escola e eu disse que, se ele não melhorasse, o trocaria de escola e o faria trabalhar. Ele olhou pra mim com o mesmo olhar de decepção e, com certeza, deve ter pensado: TRABALHAR? Esse trabalho o roubou de mim e agora, se eu não estudar, terei esse castigo?
Felizmente, as coisas mudam. O importante é entender como podemos transformar o trabalho prazeroso. Sempre gostei de trabalhar, mas quando foi que me apaixonei pelo trabalho e passei a me divertir com ele? Primeiro, quando veio o pensamento de que ficamos mais de um terço do nosso tempo trabalhando; segundo, quando fui buscar o significado para aquilo que faço.
Viver a vida sem propósito é como ligar o piloto automático e se tornar coadjuvante da própria história. Para tornar essa jornada significativa e prazerosa é preciso tomar consciência de si, se liderar, direcionar o futuro com uma visão inspiradora e, por fim, viver o presente intensamente.
Isso pode parecer piegas, mas o real significado da nossa existência é fazer o melhor que podemos. Vários livros tratam sobre o segredo do sucesso, mas, na vida, aprendi que cada um tem seu tempo, seu jeito e a sua forma de fazer as coisas. Em comum, só temos o querer.
No meu trabalho tenho aprendido muito mais do que ensinado. Com o tempo, obtive vasta referência dos mais variados perfis de líderes e pude constatar que, aqueles que trazem resultados extraordinários para as suas vidas, têm em comum:
- Visão de Futuro, para determinar onde querem chegar;
- Missão e propósito de vida, com a consciência do impacto que causam no ambiente;
- Valores, aquilo em que acreditam e que os faz agir como agem.
Todos buscam também o equilíbrio nas diversas áreas de suas vidas (física, mental, emocional e espiritual). Não quero dizer que conseguem 100% do tempo esse equilíbrio, mas o importante é que eles buscam gerar essa mudança.
É preciso ter modelos mentais que ajudem a construir essa história, ao invés de motivá-lo contra seus objetivos. Focar no que não quer só te faz gastar energia no lugar errado.
As perguntas abaixo te ajudarão a refletir sobre as mudanças que pode fazer.
- O que você quer para você na sua vida profissional?
- O que faria você realizado no seu trabalho?
- O que está faltando em sua vida?
- O que você faria se o sucesso fosse inevitável?
- O que te motiva?
- O que você faz para se motivar?
Se chegaremos lá? Não sei, mas a jornada faz a diferença. Reflita e ache o seu caminho para trabalhar sem trabalhar.
Sobre o autor:
P.A. (Paulo Alvarenga) é Sócio Diretor da Crescimentum, um dos autores do livro “Gigantes da Liderança”. Professor de pós-graduação e MBA em Gestão de Marketing na GAMA FILHO nos temas: Coaching, Liderança, Comunicação e PNL. Certificado em “Managing Energy”, Executive Course pelo Human Performance Institute, na Flórida, e em “Experience Management – Marketing & Sales, pela University of California.